A zona de Almajayar, a área escolhida para a construção das sedes administrativas do Governo Regional Andaluz de Granada, não proporcionou nenhum tipo de estímulo para projeto ou layout do edifício.
O terreno escolhido foi cercado por edifícios residenciais a oeste, um grande centro de compras ao sul, um supermercado ao norte e construções eternamente inacabadas a leste. Em essência, o objetivo preciso da administração pública foi alcançar o rezoneamento da área através da presença deste novo edifício; sem dúvidas, uma abordagem positiva em termos de desenvolvimento urbano, mas que também apresentou uma série de desafios para o desenho da edificação, como se não houvesse quaisquer pontos de referência ou informações positivas para se desenhar sobre.
Isto levou ao projeto de um edifício do qual sua única fachada externa evita replicar qualquer linha das construções próximas. Na verdade, o edifício adquire sua forma de um novo espaço, um pátio precisamente geométrico que ocupa seu centro e seu entorno onde toda a estrutura é organizada. Basicamente, todo o complexo gira em torno desse espaço; cada estrutura cresce progressivamente em altura, de três a cinco, sete ou nove pavimentos, alinhada com os quatro lados do pátio retangular. Em suma, o edifício se desassocia das fachadas externas e origina sua estrutura a partir de seu próprio centro, deste novo espaço criado.
O complexo é acessado pelo sul onde, após passar pelos pontos de controle e pórticos, os visitantes chegam sobre o pátio em uma descoberta inesperada. A partir de lá, eles podem acessar as várias áreas de circulação vertical. A influência deste espaço central e sua importante organização estendem-se até a disposição dos escritórios em vários pisos; os escritórios individuais são agrupados em torno do pátio enquanto as vistas para as áreas externas de geometria mais irregular estão reservadas para os escritórios de planta livre.
Após cruzar o pátio, os visitantes chegam a um edifício complementar que foi desenvolvido posteriormente. Esta estrutura se abre em direção ao edifício principal enquanto se fecha para a rua de trás. Um contraste é, então, criado – as fachadas externas do segundo edifício espelham as fachadas internas – que são abertas para o pátio – do primeiro edifício.
As fachadas de ambos os edifícios foram revestidas com painéis de zinco, tornando monocromático o complexo como um todo; um tom de cinza que se diferencia claramente das construções vizinhas. Para além de distinguir este edifício de seu entorno suburbano, um grande relógio foi colocado no ponto mais alto do complexo, permitindo que a construção seja orgulhosamente reconhecida como um estabelecimento público.